terça-feira, 22 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Movimento Gota d'Água + 10


É a Gota D' Água +10 from Movimento Gota d' Agua on Vimeo.

Espantoso ver tantos atores "globais" assim se posicionando publicamente.. .mas vamos aumentar o número de assinaturas!
Abraços

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

31 de outubro é o Dia do Saci

Texto do prof. Jorge Quillfeldt (postado no Coletivo Ácido Cético em 31 de outubro de 2008)

Sei, sei, meus colegas céticos vão dizer que fiquei maluco e comecei a advogar a existência de Sacis e outras criaturas míticas brasileiras... Muito estresse dá nisso!

Mas não é nada disso! Se tem uma coisa que me incomoda quase tanto quanto ver charlatanices e mentiras é assistir à COLONIZAÇÃO de nossa cultura popular. É o que chamo de "autocharlatanice" pois tentamos enganar a nós mesmos fantasiando sermos o que não somos...

Bem, quando se tem filhos pequenos, fica-se sabendo de coisas inimagináveis que acontecem por esse brasilzão... por exemplo, descobri que escolas e outras instituições "comemoravam" o dia das bruxas ou raloin no dia 31 de outubro! As pessoas até vêm organizando "festas" desse tipo para os amigos, incluindo fantasias e guloseimas. É verdade! Até lá em casa já fiz algumas (só que estas tinham monstros brasileiros!).

Todos sabem que o raloin é uma tradição importada dos EUA através do cinema e absorvida pela dinâmica fractal do consumismo, mais uma data para vender mais coisas. Muitos sabem que trata-se de uma festividade que acontece na véspera do dia de todos-os-santos – "All Hallows' Evening", que sanfonou-se no termo "raloin" (Hmmm, te incomoda que eu grafo Hallowe'enem brasileiro? Tsc-tsc, tu és um colonizado de 1o. grau, sabia?).

O que pouca gente sabe é que se originou de uma tradição pagã (i.é., não-cristã) trazida pelos imigrantes irlandeses aos EUA, vindos de um país de raízes culturais celtas onde há séculos se realiza o Samhain, um festival que celebrava o final da colheita e a preparação comunitária para o inverno que se aproximava: neste período matavam seus animais de criação, preparavam embutidos e charques e estocavam alimentos, queimando os restos em grandes fogueiras... Com tantos ossos e caveiras em chamas, não é difícil imaginar como surgiu a crendice de que, na noite de todos-os-santos apagava-se a "fronteira" entre o mundo dos vivos e o dos mortos e os maus espíritos podiam atacar causando doenças ou prejudicando a safra. Claro que afora @s seguidor@s do culto bruxístico que também virou moda no primeiro mundo nas últimas décadas, quase ninguém hoje em dia acredita neste tipo de bobagem. É apenas uma brincadeira. Até aí, tudo bem.

Que seja uma brincadeira em terras gringas não me parece ruim. É mais uma atração turística por lá. Quando estudei nos EUA ficava espantado vendo as pessoas mais sérias e formais aparecerem no dia 31/10 para trabalhar vestindo as fantasias mais ridículas concebíveis, não só no comércio, mas até em bancos, órgãos públicos e mesmo na Universidade.

Mas essa "festa" chegou ao Brasil, com a mesma idéia de se fantasiar, brincar de coisas "sobrenaturais", etc.

Chegou ao Brasil de Câmara Cascudo e João Simões Lopes Neto, das lendas e crendices caboclas, índias e negras, de tantas "entidades" que povoam não só o imaginário popular, mas também os cultos sincréticos e religiões afro-brasileiras.

Pois – sintoma de Colonização de 2o para 3o grau – o raloin tupiniquim só cita as "entidades sobrenaturais" importadas! Assim, vemos crianças vestidas como monstros de Frankenstein, zumbis (não o dos Palmares, que fique claro), múmias do museu britânico, duendes, fadas, feiticeiros e bruxas europeus... Isso quando não se vestem como vampiros da distante Romênia (saberão elas que se Vlad Tepes - o "Drácula" - lhes sussurasse umas palavrinhas no ouvido antes de morder a jugular, elas provavelmente entenderiam o que ele disse, pois o romeno é uma língua latina parecida com o português?).

Bem, aí a coisa já foi longe demais!

Foi por isso que surgiu, em 2003, um movimento que reivindica o resgate da mitologia popular brasileira, cujas raízes eram mais fortes até o passado recente (especialmente no meio rural), mas que acabaram diluídas com a urbanização crescente, processo que se completou com a neocolonização cultural pró-estadunidense do pós-guerra.

Trata-se da SoSaci - Sociedades dos Observadores de Saci, movimento que integro há alguns anos. A idéia foi implementada em 2005 com a criação do Dia do Saci, um esforço coletivo desubstituir a cultura colonizada das bruxas e monstros forâneos. Hoje é o Dia do Saci!

Leia o Manifesto do Saci / Carta de Princípios (que inclui o genial Manifesto Antropófago revisitado):

Só o saci nos une. Sacialmente. Etnicamente. Culturalmente. No ano 449 da deglutição do Bispo Sardinha em Piratininga, e 75 anos após o lançamento do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, os saciólogos desta terra vão, aos pulos, convergindo em torno da única lei justa do mundo globalizado. O saci resgata nossa identidade, nossas raízes, o xis da questão tupi. Contra todas as catequeses do Império só nos interessa o que não é deles. A lei do saci.

Estamos fatigados de todos os colonialismos travestidos de drama roliudiano. O cinema americano devorando corações e mentes. Demente. No país onde dá status ter casa em Maiami e comprar em sales com 20% off. Estacionar no valet parking e pedir comida delivery. Por isso fazemos eco ao brado oswaldiano, contra todos os importadores da consciência enlatada. Oswald ainda grita, resquícios do nheengatú ecoando ao longe. Nunca admitimos o nascimento de Jeca Tatu entre nós. Só que o Jeca de Lobato resiste. Ele resiste ao Pato Donald, aos Poquemons, ao Raloim, às bruxas do Bush.

Alguns dirão: trocar crendices importadas por crendices nativas continua sendo promover crendices! Mas não me parece que seja o mesmo tipo de coisa. Promover a cultura brasileira - antes que as crendices em si - é ajudar a descolonizar esse grande e belo Brasil que precisa tanto da atenção e dedicação de suas melhores cabeças, com tantos problemas por resolver.

Quanto às crendices, bem, ninguém acredita nelas mesmo, não é mesmo? De novo, fica a brincadeira.

Por outro lado, fica mais barato desmistificar uma crendice daqui que uma importada: sabe quanto custa trazer um vampiro da Romênia só para mostrar que ele é uma fraude? Para pegar um Saci só precisamos de uma peneira, uma garrafa e uma rolha.

É essa a idéia.

Cultura Brasileira para os Brasileiros

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência e Sociedade

Faço essa postagem para divulgar um livro extremamente interessante e necessário, intitula-se "Transgênicos para quem? Agricultura, Ciência, Sociedade". É de fundamental importância para quem quer compreender e se engajar nas políticas que envolvam causas sociais e ambientais. E, sobretudo, entender qual  o papel da ciência nesse processo. O livro é espetacular principalmente pelo seu enfoque multidisciplinar e seu carácter sintético.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

APOIO ÀS FAMÍLIAS DO MST ACAMPADAS NA RS 040 NO MUNICÍPIO DE VIAMÃO


Vídeo sobre a ocupação:


Desde o dia 26 de setembro, mais de 1000 agricultores e agricultoras do MST realizaram três ocupações nos municípios de Viamão, Vacaria e Sananduva no Rio Grande do Sul, para pressionar os governos federal e estadual para cumprir o acordo firmado em abril deste ano de assentar todas as cerca de 1000 (mil) famílias acampadas hoje no estado.

O governo do Rio Grande do Sul, depois de um acordo com o governo federal, se comprometeu a assentar as famílias que se encontram acampadas embaixo da lona preta em todo o estado. Desde a assinatura do “Termo de Compromisso” com os camponeses, nenhuma família foi assentada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Negada realização de feira agroecológica na UFRGS

O professor de Ciências Econômicas da UFRGS Carlos Schimidt, mais conhecido como Ximitão, que trabalha com um enfoque na Economia Alternativa escreveu um texto que reproduzo aqui.

Trata da negativa da Superintendência de Infra-estrutura da UFRGS frente à solicitação de realização de uma feira agroecológica, que aconteceria semanalmente, pelas mulheres do assentamento Filhos de Sepé, de Viamão. A feira se localizaria ao lado do Contraponto, no Campus Central da UFRGS.

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                                                 INDIGNAI-VOS!

     Peço desculpas à Stéphane Hessel por plagiar o título de seu manifesto, mas acredito que ele não se importaria, pois deve pensar que sua iniciativa pode ser multiplicada.

     Como alguns sabem, coordeno o Núcleo de Economia Alternativa (NEA) que desenvolve trabalho de pesquisa, ensino e extensão voltado para formas alternativas de práticas econômicas e especula sobre a viabilidade da transformação social.

     Um dos trabalhos que realizamos é o apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar, em particular, dos assentamentos da reforma agrária, na perspectiva da sustentabilidade social, ambiental e da segurança alimentar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FEIJÃO TRANSGÊNICO: MAIS ESTUDOS, MENOS PROPAGANDA!


Em sentido horário: feijão sopinha, feijão miúdo (fradinho), feijão-de-lima (olho de cabra), branco pintado, feijão vermelho, feijão praia, feijão cavalo, feijão-de-lima claro (olho-de-cabra), feijão-de-corda miúdo, feijão-arroz, feijão mouro, feijão-amendoim, feijão amarelo, feijão manteiguinha e feijão fradinho.

Os estudos são insuficientes: A Embrapa não realizou testes em todas as regiões do país, o que impede de saber a interação desta nova planta nos diferentes biomas. Preocupação especialmente com a região Nordeste, tradicional produtora de feijão crioulo na agricultura familiar, e que foi excluída dos testes da Embrapa, descumprindo decisão judicial que exige a realização de estudos caso a caso em todos os biomas brasileiros.
O risco de contaminação é grande: Não houve estudos suficientes sobre a ação dos polinizadores (abelha, pássaros, vento etc) e a possibilidade de contaminação genética pelo feijão transgênico. É preciso garantir o direito dos agricultores à livre escolha de seu sistema produtivo, seja convencional, agroecológico ou transgênico, de forma que as culturas coexistam, e também que o direito dos consumidores à informação sobre que tipo de alimento querem consumir seja também respeitado...