Aproveito essa postagem pra divulgar um artigo
próprio que saiu publicado na última edição da Revista Opinião Filosófica (vol. 6,
nº1, 2015). Para acessar o artigo completo clique aqui.
Resumo:
São dois os problemas centrais analisados no presente texto: de que maneira a
sociedade deveria se organizar para promover uma transformação no sentido da
emancipação humana? E, se o uso da violência for necessário para atingir este
fim, como justificá-lo? Para isso se examinará a argumentação do militante e
teórico anarquista Errico Malatesta. Quanto à primeira problemática, nosso
autor diferencia três níveis organizativos. O mais amplo seria a organização em
geral, aquela que é condição para a própria vida em sociedade. A organização
neste nível não seria moldada pelos valores de transformação social, mas pela
própria sobrevivência humana. Diferentemente, os outros dois níveis
organizativos implicariam esses valores. Seriam representados pelas organizações
de massas e pelas organizações político-ideológicas. Malatesta compreende que,
para se alcançar a mudança necessária em direção à emancipação humana,
dever-se-ia desenvolver e fazer interagir essas duas formas organizativas
básicas. Ele faz questão de ressaltar, porém, que não caberia ao “partido
anarquista” dirigir as massas, de modo que o objetivo não seria emancipá-las,
mas tão somente contribuir para que elas próprias se emancipem. Quanto à nossa
segunda problemática, Malatesta entende que a instauração de um processo
revolucionário (necessariamente violento) tornar-se-ia inevitável frente às
condições da luta, que derivam do modo como a sociedade é atualmente
organizada. Para Malatesta, esta violência é uma violência defensiva, que
agiria contra a violência estrutural responsável por manter o estado de opressão
e exploração humanas. Sua argumentação para o uso da violência é reconstruída
em premissas e conclusão.
Palavras-Chave:
Estratégia; Organização de massas; Partido anarquista; Revolução.