sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Robert Peters e sua crítica à ciência ecológica


Robert Peters (1946-1996)

Quem foi Robert Peters

Robert Henry Peters (1946-1996), um importante cientista na área da ecologia e da limnologia, foi um grande interessado nos aspectos filosóficos da ciência. Publicou artigos pertinentes a respeito, por exemplo, da ecologia e sua visão de mundo (1971); do que concebia como tautologias na ecologia e na evolução (1976); da constituição da ecologia como ciência proveniente da história natural (1980a); do que ele tratou como conceitos úteis para uma ecologia preditiva (1980b); e de alguns problemas gerais que precisam ser enfrentados pela ecologia (1988). Mas foram três importantes obras que o tornaram amplamente conhecido no meio científico: The ecological implications of body size (1983), A Critique for Ecology (1991) e Science and Limnology (1995).

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Organismo e ambiente: quem é quem nessa história?

Imagem: http://www.wakaleo.net/
Toda teoria é um modelo. E como modelo, precisa ser didático; para nós mesmos. Da mesma forma que o professor esquematiza processos complexos para que os alunos em sala de aula "captem" a essência da matéria, sem pequenas nuances, exceções, variações, detalhes que dariam um nó nas cabeças que estão vendo aquilo como novidade, o cientista simplifica o mundo para si mesmo.

Darwin precisou romper com uma visão integralista e muitas vezes mesmo holística da natureza para chegar à sua forma de explicar o mundo vivo. Antes dele não havia muita distinção entre o físico e o biológico, entre o interno e o externo, e como tal, entre o ambiental e o hereditário. Foi preciso uma separação absoluta entre os processos internos, que geravam o organismo, e os externos, que geravam o ambiente.


domingo, 19 de outubro de 2014

Socialismo(s): libertário, ditatorial ou reformista?

A Associação Internacional dos Trabalhadores (A.I.T.), fundada em 1864, prezou pelo federalismo e pela ação direta desde seu primeiro congresso, em Genebra (1866). É apenas em 1872, no congresso de Haia, que se delibera pela participação dos trabalhadores nas eleições. A partir daí, o socialismo passa a apresentar duas estratégias distintas: a via que mantém a opção pela luta econômica independente e a via que propõe a conquista do poder do Estado.

Com o início do século XX, passam a se tornar bastante claras três estratégias distintas: (i) a luta econômica independente (seguindo princípios organizativos básicos da Iª Internacional, encarnada a partir desse momento no sindicalismo revolucionário), defendida -- não só -- pelos anarquistas; (ii) as reformas parlamentares como meio para o socialismo, defendida pelos social-democratas; e (iii) a estratégia que propõe a "ditadura do proletariado" como etapa necessária, defendida pelos bolcheviques, após romperem com a social-democracia.