terça-feira, 29 de setembro de 2015

Socialismo e anarquia na concepção de Errico Malatesta

Aproveito essa postagem pra divulgar um artigo próprio que saiu publicado na última edição da revista Kínesis, de julho de 2015. Para acessar o artigo completo clique aqui.



Resumo: São dois os problemas centrais a serem analisados no presente texto: (a) quando falamos em socialismo e anarquia estamos nos referindo a conceitos que pertencem mais propriamente ao domínio da ciência ou da ideologia? E, (b) que relações conceituais existem entre socialismo e anarquia? Essas questões serão tratadas tendo em vista a concepção de um autor em particular, o teórico e militante anarquista Errico Malatesta. Assumindo que nosso autor seja desconhecido da maioria dos pesquisadores e estudantes de Filosofia, o presente texto inicia citando brevemente alguns aspectos de sua vida e de sua militância. Depois, é abordada a crítica de Malatesta referente a um socialismo e um anarquismo supostamente científicos, apresentando sua concepção que os entende como doutrinas (ideologias). Essa distinção entre as categorias ciência e ideologia fornece à Malatesta uma crítica às abordagens deterministas de transformação social, fortalecendo sua visão voluntarista que traz elementos do materialismo e do idealismo clássicos. Por fim, é tratada a concepção malatestiana sobre a relação entre socialismo e anarquia, seus significados, suas similitudes e possíveis diferenças. Neste exame são também abordados termos caros à análise de Malatesta e dos anarquistas em geral, como a distinção teórica entre autoritários e libertários, que é comumente traduzida na distinção prática entre centralistas e federalistas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Por um ambientalismo classista

O que é constantemente propagado como "economia verde" por governos e grandes corporações é nada mais que um capitalismo verde. Isso ficou bastante claro no documento final da Rio+20, de 2012, e está presente no discurso daqueles que defendem essa proposta. Como toda forma de capitalismo, ele é movido pela produção de mercadorias (através da exploração da força de trabalho) e acúmulo de capital. Sua ânsia megalomaníaca para a mercantilização da vida é incompatível com os pressupostos da conservação ambiental.

Por isso, ou lutamos por uma saída real -- que envolve a promoção de novas formas de sociabilidade, distintas das relações fomentadas pelo capitalismo -- ou estaremos contribuindo para o colapso ambiental. E colapso ambiental significa o colapso de tudo o mais.

sábado, 19 de setembro de 2015

Filosofia e pseudociência

O pequeno texto a seguir foi escrito pelo filósofo português Desidério Murcho. O leitor pode lê-lo também por aquiFizemos pequenas adaptações para o português do Brasil.

O problema de diferenciar a verdadeira ciência da pseudociência é conhecido em filosofia como “o problema da demarcação”. Existirão critérios que nos permitam distinguir a ciência da pseudociência? Se sim, quais? A primeira questão é por vezes mal entendida; o que se pretende não é distinguir a ciência da culinária, que nunca pretendeu ascender ao estatuto de ciência, mas de práticas que visam objetivos cognitivos, como a astrologia ou a psicanálise.