terça-feira, 27 de setembro de 2011

Negada realização de feira agroecológica na UFRGS

O professor de Ciências Econômicas da UFRGS Carlos Schimidt, mais conhecido como Ximitão, que trabalha com um enfoque na Economia Alternativa escreveu um texto que reproduzo aqui.

Trata da negativa da Superintendência de Infra-estrutura da UFRGS frente à solicitação de realização de uma feira agroecológica, que aconteceria semanalmente, pelas mulheres do assentamento Filhos de Sepé, de Viamão. A feira se localizaria ao lado do Contraponto, no Campus Central da UFRGS.

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                                                 INDIGNAI-VOS!

     Peço desculpas à Stéphane Hessel por plagiar o título de seu manifesto, mas acredito que ele não se importaria, pois deve pensar que sua iniciativa pode ser multiplicada.

     Como alguns sabem, coordeno o Núcleo de Economia Alternativa (NEA) que desenvolve trabalho de pesquisa, ensino e extensão voltado para formas alternativas de práticas econômicas e especula sobre a viabilidade da transformação social.

     Um dos trabalhos que realizamos é o apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar, em particular, dos assentamentos da reforma agrária, na perspectiva da sustentabilidade social, ambiental e da segurança alimentar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FEIJÃO TRANSGÊNICO: MAIS ESTUDOS, MENOS PROPAGANDA!


Em sentido horário: feijão sopinha, feijão miúdo (fradinho), feijão-de-lima (olho de cabra), branco pintado, feijão vermelho, feijão praia, feijão cavalo, feijão-de-lima claro (olho-de-cabra), feijão-de-corda miúdo, feijão-arroz, feijão mouro, feijão-amendoim, feijão amarelo, feijão manteiguinha e feijão fradinho.

Os estudos são insuficientes: A Embrapa não realizou testes em todas as regiões do país, o que impede de saber a interação desta nova planta nos diferentes biomas. Preocupação especialmente com a região Nordeste, tradicional produtora de feijão crioulo na agricultura familiar, e que foi excluída dos testes da Embrapa, descumprindo decisão judicial que exige a realização de estudos caso a caso em todos os biomas brasileiros.
O risco de contaminação é grande: Não houve estudos suficientes sobre a ação dos polinizadores (abelha, pássaros, vento etc) e a possibilidade de contaminação genética pelo feijão transgênico. É preciso garantir o direito dos agricultores à livre escolha de seu sistema produtivo, seja convencional, agroecológico ou transgênico, de forma que as culturas coexistam, e também que o direito dos consumidores à informação sobre que tipo de alimento querem consumir seja também respeitado...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A fauna do litoral rio-grandense

Nosso litoral está ficando completamente descaracterizado... se continuarmos no ritmo atual, vai se transformar numa grande cidade linear ligando Torres ao Chuí. Cidades fantasmas que multiplicam em várias vezes seus habitantes na alta temporada, sobrecarregando o sistema de distribuição de energia, saneamento, comércio, lixo e assim por diante... Casas de luxo ocupadas apenas por 2 meses em condomínios gigantescos - com muros de metros de altura e cercas elétricas - que mais parecem campos de concentração...
Há quem diga que nossa Planície Costeira era um outro Pantanal, com seu sistema de lagoas e campos. A abundância de animais sem dúvida era alta. Existem registros do século XIX, para a região de Pelotas, onde o Império Brasileiro recebia dezenas de peles de onças, por mês! Os banhadões que iam até o Uruguai eram um importante local de ocorrência do cervo-do-pantanal, estando hoje quase extinto no estado e sendo representado por apenas alguns indivíduos no Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, em Viamão. Com todas as ameaças presentes, grande parte da fauna está extinta - entre aves migratórias e grandes mamíferos - e continua a desaparecer...

Segue um trecho do livro do Pe. Balduíno Rambo (já comentado antes no blogue, aqui), A Fisionomia do Rio Grande do Sul, que descreveu nosso litoral em meados do século passado.