quinta-feira, 30 de agosto de 2012

I CICLO DE DEBATES-OFICINAS: A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL


Gostaria de divulgar aqui um evento que ocorrerá ao longo deste segundo semestre de 2012.
Tem também uma divulgação aqui no sítio-e da UFRGS: http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/ufrgs-sedia-debates-sobre-questao-agraria-brasileira.

I CICLO DE DEBATES-OFICINAS: A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL
Discussão sobre a questão agrária no Brasil com enfoque na luta pela terra, na reforma agrária, no desenvolvimento rural e temas envolvidos. Através de uma forma dinâmica com um caráter formativo através da trocas de saberes com presença de convidados/referências nas temáticas propostas. As atividades serão mensais e ocorrerão até dezembro. A inscrição deverá ser feita a cada novo debate-oficina.

sábado, 25 de agosto de 2012

Ciência elegante: o experimento de Michelson-Morley

Era uma época melindrosa, lá pelo final do século XIX, quando a existência das ondas eletromagnéticas havia sido demonstrada na prática, conforme sugerida por Maxwell em seu artigo clássico "Oscilações de campos elétricos e magnéticos baguais a partir de uns cálculos feitos em guardanapo de boca". O espaço, então, passava a ser reconhecidamente permeado por radiação, em sua maioria invisível, com exceção dos comprimentos de onda visíveis por nós (aquele espectro que vai do vermelho ao violeta). 

A gente sabida da época imaginava a propagação das ondas eletromagnéticas à semelhança das ondas mecânicas (algumas das quais reconhecemos como "som"). Acontece que as ondas mecânicas necessitam de um meio material para se propagarem: não há som no vácuo. Por isso que muitos filmes de ficção científica (principalmente algumas Space Operas famosas, como a hexalogia de George Lucas, Guerra nas Estrelas) falham logicamente ao representar sonoramente eventos ocorridos no espaço interplanetário.

Pois então, se o som necessita de um meio material para se propagar, é certo que esse "novo" tipo de radiação também necessita. Porém, sabendo que a radiação eletromagnética percorre o espaço (proveniente de estrelas e outros corpos emissores, por exemplo), que é supostamente vazio de matéria, o meio por qual a luz percorre deveria ser de uma natureza distinta. A esse meio deu-se o nome de éter, ou éter luminífero, a substância que preencheria qualquer espaço por onde se deslocasse algum tipo de radiação eletromagnética. Aliás, o conceito de (e a palavra) éter é recorrente em física e filosofia, geralmente usada para denominar aquilo que supostamente preencheria o espaço. Nessa época o éter passava a assumir papel de uma explicação científica ad hoc, porém, ainda não testada.

Edward Williams Morley e Albert Abraham Michelson

Como forma de obter evidências para a existência do éter, os físicos Albert Michelson e Edward Morley realizaram, a meu ver, um dos experimentos mais famosos e também mais elegantes da física, que ficou conhecido como Experimento de Michelson-Morley.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Realidade: entre a ciência e a filosofia


“No fim das contas, a epistemologia pode ser encarada como uma aplicação da ontologia ao processo cognitivo: diga-me o que há ali, e eu lhe direi o que e como poderemos chegar a conhecê-lo. Se o mundo for ou uma idéia ou uma massa de aparências, olhe apenas para dentro; mas se ele for concreto, saia e o explore; e se tudo o que podemos fazer é perceber, apenas registre suas impressões sensoriais; mas se você também pode pensar, esteja preparado para pensar a fundo”. Mario Bunge (2010)


Um dos problemas filosóficos fundamentais é aquele que pretende tratar de questões acerca da realidade. Para discutir este tema eu trago duas perguntas que, embora distintas, estão estreitamente interligadas (como mostra a citação acima). São elas:

1. Existe uma realidade independente do sujeito? 

2. Se essa realidade existir, podemos conhecê-la?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Os impactos da soja no Cone Sul


Da AS-PTA. É parte do boletim de agosto de 2012 e, ao final do texto, trás um importante relatório que pode ser baixado.

Car@s Amig@s,

A demanda europeia por soja impacta diretamente a forma como a terra e os agrotóxicos são usados nos países do Cone Sul. Contraditoriamente, esses mesmos países que demandam mais e mais da oleaginosa proíbem em seu território o cultivo de transgênicos e o uso de produtos tóxicos, como o Paraquat, cada vez mais aplicado nas áreas de soja Roundup Ready. Exportam para cá os impactos negativos de um modelo insustentável de produção. Em troca, exportamos para lá commodities de baixo valor agregado. Essas conclusões fazem parte do relatório recentemente divulgado por um grupo de pesquisadores ligados à UFSC (Brasil), Genok (Noruega), Redes-Amigos de la Tierra (Uruguai) e BASE (Paraguai).

Ao mergulhar na literatura científica e nos dados oficiais disponíveis para Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, os autores do estudo concluíram também que:

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Chernobyl escapuliu...

Aproveitando o lançamento do novo filme com temática zumbi (muito fraco, em minha humilde opinião), Chernobyl, onde os mortos-vivos voltam a ser produtos de radiação (embora de forma ligeiramente diferente do clássico de George Romero, A Noite dos Mortos Vivos, de 1968), trago-lhes um vídeo muito didático e explicativo sobre o desastre nuclear que ocorreu na cidade de mesmo nome.

Boa oportunidade para repensar o uso adequado da tecnologia nuclear, lembrando que muitos são os benefícios do uso da radioatividade: como forma de alimentação de energia de sondas espaciais, aplicações na medicina moderna e muitos outros. Por outro lado, muitos são os riscos. Alguns mais otimistas acreditam que até bombas nucleares terão seu momento de glória um dia, atuando no redirecionamento de corpos celestes em rota de colisão com a Terra. Carl Sagan, no livro Pálido Ponto Azul, menciona essa possibilidade, mas conclui posicionando-se contra essa tecnologia. Para ele, a chance de a humanidade fazer mal uso do redirecionamento de corpos celestes ainda parecia maior do que a chance de salvar a Terra de um suposto impacto futuro.

Em primeiro lugar, o uso da bomba nuclear como arma já mostrou do que somos capazes e os acidentes catastróficos de Chernobyl e outros (confira aqui uma lista interessante) nos mostraram do que ainda não somos.

A pesquisa nuclear ainda se faz necessária, seja no aprimoramento do uso da fissão nuclear e o destino de seus resíduos, bem como na busca da tão sonhada fusão nuclear. Vale a pena relembrar os perigos inerentes à manipulação de quantidades imensas de energia, além dos perigos óbvios da negligência com procedimentos de segurança.



Será que estamos prontos? A pergunta é válida. Mas, independente disso, as Angras da vida continuam por aí...

P.S.: Só eu que me sinto desconfortável a utilizar o termo "combustível nuclear"? Não se trata de uma reação de combustão...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

E o tal bóson de Higgs?


No último mês (04/07/12), uma notícia repercutiu amplamente pelo mundo, anunciada pelos cientistas do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire): a comprovação da existência do bóson de Higgs. Mas afinal, o que é essa partícula, e qual o impacto desse fato no mundo científico?