sexta-feira, 29 de junho de 2012

Manifesto da SBG sobre Ciência e Criacionismo



Texto postado por Jorge Quillfeldt no blogue Coletivo Ácido Cético, com o Manifesto da Sociedade Brasileira de Genética sobre Ciência e Criacionismo.

Três meses após um primeiro mas tímido protesto que reproduzimos em nosso blogue de integrantes da Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira de Genética vem a público com o seu Manifesto sobre Ciência e Criacionismo,iniciativa que saudamos efusivamente. Trata-se do acontecimento científico do ano no país, pois começamos a tomar posição em questões decisivas referente à educação científica de nossos jovens. A motivação, já comentamos antes, está na insistente militância religiosa de alguns colegas cientistas, especializados e até destacados em alguma área técnico-científica, mas opinando sobre biologia evolutiva de modo totalmente inepto e mesmo mal-intencionado, com omissões e distorções diversas. A tentativa de "emprestar" credibilidade e prestígio acadêmico de um lado para embasar o "outro" - porém sem o menor esforço de procurar conhecer o tema - não é algo exatamente novo, mas neste caso em particular, traz o malefício enorme de tornar o público leigo refém de uma falácia. Uma falácia que visa basicamente reforçar sua crença religiosa, em particular o credo cristão fundamentalista (a biblia cristã tomada ao pé da letra), não importando que tudo isso se dê mediante a completa distorção da percepção pública acerca de como se faz ciência. É um tipo de desonestidade intelectual que ainda não tem nome próprio, mas que se aproxima da tartufice - o ato de ocultação de real intenção, disfarce, dissimulação ou hipocrisia, o que bem se enquadra neste caso. Quem sabe não deveríamos chamar esse novo tipo de falácia de tecnotartufice?

Parabéns aos bravos colegas da Sociedade Brasileira de Genética, que com esse manifesto honra seus 58 anos de história!

Leiam o manifesto a seguir:

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Relações entre variáveis: biogeografia de ilhas, marés, assassinos chocólatras e tudo o mais



Mateava eu enquanto caía uma garoa despacita no entardecer. Um aguaceiro veio em seguida. Dali a pouco findou. Começou o reboliço da passarada – e eu mateando – e o entrevero e a cantoria dos bichos aumentou de vez. Aí pensei comigo, (1) será que existe, de fato, um aumento na atividade da passarada depois dum aguaceiro? E (2) se existir, que tipo de relação é essa? Daí me veio na cabeça o tal termo “correlação espúria”.

Dada a introdução, comecemos.