ACASO
Há essencialmente dois conceitos de acaso:
o tradicional ou epistemológico e o ontológico ou moderno. a. Epistemológico - Acaso = imprevisível, não
antecipado ou incerto. Exemplos: a colisão acidental de dois carros, e o
tropeço acidental em um fato de uma espécie previamente conhecida. Um ser
onisciente, é de se presumir, não necessitaria deste conceito. Tampouco o
mecanismo lhe seria útil. Cabe lembrar a tese de Laplace: Se conhecêssemos
todas as causas e todas as condições antecedentes, seríamos capazes de predizer
o futuro inteiro. Portanto, o conceito epistemológico de acaso é apenas um nome
para a ignorância. b. Ontológico
- Evento casual = evento
pertencente a uma seqüência randômica (aleatória), isto é, aquela em que cada
membro tem uma probabilidade definida. Exemplos: decaimento radiotivo,
embaralhamento aleatório de um maço de cartas, escolha aleatória de um número, acasalamento
aleatório de insetos. O acaso ontológico é objetivo: eventos aleatórios possuem propensões definidas, independente do sujeito
cognoscente. Estas propensões objetivas nada tem a ver com a incerteza, que é
um estado mental. Podemos nos sentir incertos sobre um valor objetivo de
probabilidade, mas esta é uma propriedade de estados efetivos ou variações de
estados (eventos). Além do mais, trata-se de propriedades objetivas de
particulares e não de coletivos. Por exemplo, um átomo num estado excitado tem
uma probabilidade definida de emitir um fóton no segundo seguinte.
Conseqüentemente, diferentes átomos do mesmo tipo, todos no mesmo estado
excitado, decairão em tempos diferentes. Devido à lei das probabilidades,
estes tempos não estarão espalhados de maneira desordenada, mas hão se
ajustar-se há um padrão. Assim, o acaso ontológico, longe de ser o mesmo que
algo dotado da qualidade do indeterminado, é um tipo de legalidade ou
determinação. Em outras palavras, há leis do acaso. Um conceito diferente,
porém relacionado a ele, é o de: acidente.
AGNOSIA - Ignorância. O estado inicial de exploração e pesquisa. Do ponto de vista do ceticismo radical, ignorância é também a fase final da indagação.
CETICISMO - A família das doutrinas segundo as quais algum ou todo conhecimento é duvidoso ou mesmo falso. Há duas variedades: sistemático e metódico. O ceticismo sistemático, total ou radical, é o duvidar de tudo. O ceticismo metódico ou moderado utiliza a dúvida como um modo de aferir ou propor novas idéias. O ceticismo sistemático, tal como o de Sexto Empírico ou Francisco Sánches, é impossível porque toda idéia é avaliada ou conferida contra outras idéias. O ceticismo metódico devia ser a norma em todas as buscas racionais: a gente duvida somente quando há alguma razão para duvidar.
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