Buenas e m’espalho!
Finalmente venho dar minha contribuição para esse blog bagual por demais. E como essa é a minha primeira payada, resolvi tratar de alguma cousa que sei pelo menos um pouco: o meu trabalho. Entonces xiruzada, a maioria de vocês sabe que a contaminação do meio ambiente por metais pesados é um baita dum entrevero. Um desses metais problemáticos é o mercúrio, que na natureza costuma se encontrar numa forma orgânica e altamente tóxica, o metilmercúrio (CH3Hg+) .
Ele contamina e bioacumula- se em solos, águas e plantas, e num pá pode causar problemas sérios de saúde até para organismos de topo de cadeias tróficas. Acontece que algumas bactérias cuiudas desenvolveram um jeito de lidar com isso. Elas possuem em seu DNA uma dupla de genes, MerA e MerB, que codificam duas enzimas, a mercurial redutase e a organomercurial lyase, respectivamente. Em ambientes contaminados com metilmercúrio é estimulada a tradução dessas proteínas, que atuam em conjuntos para detoxicar o meio. A organomercurial lyase promove a protonólise (quebra) da ligação carbono-mercúrio, liberando um composto de carbono reduzido e um cátion divalente de mercúrio inorgânico. Já a mercurial redutase, por sua vez, irá reduzir o Hg+2 a Hgo, que volatiliza.
Em vista disso, as metas do projeto no qual eu trabalho são purificar essas duas enzimas, para entender melhor toda a cinética dessas reações e utilizar essas bactérias para construir um biorreator de bancada, para descontaminação em larga escala. Bom xiruzada, gostaria de escrever mais, mas vou ficando peraqui senão esta charla vai ficar mais comprida que trova de gago e mais chata que chinelo de gordo.
Abraços gaudérios!
E dale Alexis! Bem vindo!
ResponderExcluirMuito interessante a adaptação dessas bactérias. Tu sabe se ela é recente? Poderia ser um reflexo da ação antrópica mesmo. Essa semana acabei lendo sobre adaptações de plantas a metais pesados e até mesmo a pesticidas, e essas últimas provavelmente são devido a agricultura mesmo.
Abraços.
Paesi, libera esse material pra gurizada! Achei interessante!
ResponderExcluirBrilhante a ideia que o Alexis apresentou... mas encontrar uma solução não significa que vamos viver de biorremediação! O problema tem que ser também tratado na base.
Valeu, abraços!
Ronaldo, não sei te dizer se é uma adaptação recente, tendo em vista que o ciclo ambiental do mercúrio é regulado por processos geológicos e biológicos desde tempos primordiais. Mas li em um artigo que "dois terços do fluxo de Hg presentes (como são o depósito em terra e no mar) são direta ou indiretamente, de origem antropogênica" (Mason, 1994), portanto acredito que a atividade antrópica tem grande influência sobre essa resistência nos microorganismos. Libera esse material pra gurizada! [2]
ResponderExcluirConcordo plenamente contigo Paulo! Previnir é mais fácil e mais barato que remediar.
Abraços!
Bueno, primeiro de tudo, boas vidas ao novo afiador da Adaga de Occam!
ResponderExcluirBuenasso esse texto! Mais umas demonstração de como é importante investir em ciência básica. A aplicação desse conhecimento é ótima! Limpar os ambientes poluídos e infestados desse metal que causa tantos estragos pra natureza.
Mas, concordando, isso deve ser uma medida para situações já concretizadas e não uma desculpa para continuar liberando mercúrio na natureza.
Um Abraço!