Minha
intenção aqui é fazer uma análise muito resumida e seletiva sobre os
percursos do conhecimento - da descoberta ao ensino - e comentar algumas
discrepâncias entre a prática e a educação científicas. O conteúdo é inspirado nas diversas conversas com meu amigo professor Daniel Rockembach e foi baseado também em um seminário apresentado nas "Jornadas acadêmicas da biologia da UFRGS" (vulgo Jaburgs), assim como o primeiro texto que escrevi aqui.
A
prática científica
Afinal,
como é feita a ciência? Talvez neste ponto alguns ainda pensem no clássico
"método científico". Contudo, sabe-se que não há um método científico. Podemos pensar na utilidade daqueles passos
tradicionais, como na figura abaixo, para um paleontólogo, por exemplo. Ele
costuma fazer hipóteses e então ir ao campo verificar se os fósseis corroboram
ou rejeitam sua hipótese? Geralmente, acho que não. Este e muitos outros tipos
de pesquisa científica são feitos de um modo bem mais flexível. E mesmo nos
casos em que há hipótese, experimento, etc. o procedimento costuma ser mais
parecido com uma rede ou teia do que com uma sequência linear, saltando e
voltando várias vezes de um passo a outro, mais ou menos como neste fluxograma.